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16 de agosto de 2022

"O Charme do Violão Minero" abre sua segunda temporada com um tributo a Nelson Piló. O entrevistado desta noite é Alexandre Piló que falará sobre a memorável obra de seu pai.

Nelson Piló guarda uma parte da historia do violão mineiro - Foto: divulgação

"O Charme do Violão Mineiro", projeto idealizado, produzido e apresentado pelo violonista, professor e produtor cultural Celso Faria inicia hoje (16/08) sua segunda temporada. A entrevista de estreia será um tributo ao violonista e professor Nelson Piló, uma referência do instrumento em BH. O convidado desta noite é o violonista, compositor, e professor Alexandre Piló que abordará, com a máxima propriedade, sobre a vida e obra do seu pai. A entrevista será transmitida a partir das 20h30, pelo YouTube .


Sobre o “Violão Mineiro”

Celso Faria - Foto Foca Lisboa
Por sua multiplicidade de sotaques em um país continental, o violão praticamente assume, em cada estado ou região diferente do Brasil, uma identidade própria, recheada de sabores locais. No caso do estado de Minas Gerais, por suas especificidades regionais, a plasticidade do instrumento em absorver e reinventar diversificadas tendências estilísticas e a musicalidade secular de um povo, podemos até pensar que existe um certo.... Violão Mineiro.

A produção musical mineira para violão hoje em dia se apresenta de maneira multifacetada, coexistindo variadas explorações de linguagens, abordagens instrumentais distintas, bem como a inserção do instrumento em diversificados contextos camerísticos e até mesmo sinfônico, mas, nem sempre foi assim. Ainda no início do século XX, época das primeiras investidas na construção de um repertório para o violão no estado, encontramos, predominantemente, obras que estavam ligadas aos gêneros populares vigentes, como o choro, a valsa, a marcha, a serenata e o batuque, por exemplo.

Um importante ponto de articulação na história do instrumento nas Minas Gerais se dá na década de 1960. Nesse momento, podemos observar uma série de fatores que contribuíram para o aparecimento de “novos ares” no ambiente do violão no estado, tais como: surgimento de cursos regulares do instrumento, sua frequência em diversos festivais de música, o aparecimento de violonistas que contavam com uma formação musical mais completa, além do interesse, da escrita instrumental, por compositores não executantes do violão. No Brasil, a composição musical deste período ainda vivia, sob as mais variadas perspectivas, a dicotomia nacionalismo/universalismo, e, com a produção violonística mineira não era diferente.

Atualmente, encontramos também um grande número de virtuoses violonistas/compositores que são ligados a diversos gêneros e movimentos musicais como o Choro, o Jazz, o Clube da Esquina e a música regional mineira e que se dividem entre o trabalho autoral e a releitura de standards nacionais e internacionais.

A  SEGUNDA TEMPORADA DO CICLO DE ENTREVISTAS "O CHARME DO VIOLÃO MINEIRO"

Alexandre Piló aos 12 anos e já seguindo os
passos do pai ao abraçar o violão como 
instrumento de estudo e dedicação por toda a vida.
Foto: fonte: Repositório UFMG
Este ciclo é apresentado pelo violonista, professor e produtor cultural Celso Faria. Realizado de forma remota e também com entrevistas presenciais, o que é novidade nesta segunda temporada,  terá início hoje (16/08) e ocorrerá sempre às terças-feiras, às 20h30, no canal do YouTube do violonista. 

Em cada encontro, um convidado especial, de relevância na cadeia produtiva do violão no estado das Minas Gerais, irá nos contar sobre sua trajetória, abordando o seu vínculo com o instrumento, seus principais trabalhos, enfim, todo o “seu universo” criado e vivenciado em torno do violão. 

A fim de entendermos um pouco mais sobre esta complexa rede tecida ao redor do “Violão Mineiro”, foram convidados: executantes, professores, compositores que utilizam o violão como suporte criativo, compositores que não executam o violão, luthiers, produtores, jornalistas, pesquisadores, técnicos de som, além de musicistas que possuem vasta experiência colaborativa com o violão (seja na vertente música de câmara ou orquestral). Ao todo, serão vinte entrevistas nesta temporada, que se somam às trinta realizadas no ano anterior, em um projeto abrangente e inédito no estado das Minas Gerais. 

Convidados desta temporada

O primeiro convidado será o violonista, compositor, e professor Alexandre Piló, que abordará vida e obra do seu pai, Nelson Piló. Também serão entrevistados nomes como Ângela Pinto Coelho, Raul Marinuzzi, Eduardo Campolina, Toninho Horta, Pedro Alexandrino, Silvio Viegas, Celso Moreira, Edinho Santa Cruz, Celina Szervinsk, dentre muitos outros. A cada semana, nossos convidados lançarão luz aos aspectos históricos, estilísticos e tendências, que nos auxiliarão a decifrar o charme do mais “sedutor” dos instrumentos nas Minas Gerais.

 Sobre Nelson Piló

Retrato de Nelson Piló por Jorge Maltieira, 1961.
Foto: fonte: Repositório UFMG
O convidado para a entrevista de número trinta e um, primeira da segunda temporada, do ciclo “O Charme do Violão Mineiro” é o violonista, compositor e professor Alexandre Piló, que abordará vida e obra do seu pai, Nelson Piló 

Mineiro de Belo Horizonte. Nelson Piló nasceu em 1914. Desde a infância, Piló mostrou interesse pela música - este, foi acentuado pela influência do seu irmão mais velho, Homero Piló, que fora aluno do Conservatório Mineiro de Música. 

Apesar de não ter tido um ensino formal de música - ele sempre afirmava ser autodidata - Nelson Piló esteve atento às manifestações artísticas do seu tempo. Na década de 1940, ele já era reconhecido como professor e executante de violão em Belo Horizonte. Era habituè nas orquestras de cinemas, em rádios, teatros e saraus particulares. Neste mesmo período, se apresentou também em algumas cidades do interior de Minas Gerais. 

O repertório executado por Piló contava, entre outras, com obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Georg Friedrich Händel (1685-1759), por exemplo. Em 1945, ele mudou-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, foi contratado como copista pela Rádio Nacional. Algum tempo depois, por intermédio de Paulo Tapajós, Piló exerceu as atividades de arranjador e maestro nesta mesma instituição. 

Hábil transcritor, Nelson Piló teve vários trabalhos publicados em diversas casas editorias nas décadas de 1950-60. Nelson Piló retornou a Belo Horizonte em 1969 e logo passou a lecionar violão na loja "A Musical", conhecido comércio especializado em artigos e instrumentos musicais, sediado no centro de Belo Horizonte. Rapidamente, Piló se tornou muito procurado e foi responsável pela instrução de um sem número de alunos. Nelson Piló faleceu em Belo Horizonte, em 1986.

Programe-se e não perca esta estreia às 20h30, com transmissão pelo Canal Celso Faria no Youtube. Convide os amigos e participe ao vivo através do Chat.