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24 de junho de 2020

UM CHORO DO VADICO.

Vadico, um dos mais constantes parceiros de Noel Rosa
Embora não tão reverenciado, o compositor, maestro e pianista Osvaldo de Almeida Gogliano, o Vadico, foi um dos parceiros mais constantes do sambista carioca Noel Rosa. Filho de um casal de imigrantes italianos, ele nasceu em 24 de junho de 1910, no bairro do Brás e estaria completando hoje 110 anos.

Vadico pertenceu a uma família onde todos os irmãos eram músicos e como os demais, dedicou-se à música desde muito cedo. Aos 18 anos tocava piano profissionalmente, época em que venceu um concurso com a marcha "Isso Mesmo É que Eu Quero".

Pela música, ele abandonou o ofício de datilógrafo, para apresentar-se pela primeira vez em público em um hotel em Poços de Caldas, MG. Enquanto compunha, aperfeiçoava seus estudos de piano. 

Em 1930, Vadico transferiu-se para o Rio de Janeiro. Na capital carioca conheceu Noel Rosa nos estúdios da gravadora Odeon, que de imediato pôs letra em "Feitio de Oração", seguida de parcerias notáveis como "Feitiço da Vila", "Pra que Mentir", "Conversa de Botequim", "Cem Mil Réis", "Provei", "Tarzã, o Filho do Alfaiate", "Mais um Samba Popular", "Quantos Beijos" e "Só Pode Ser Você". Com Marino Pinto, Vadico compôs sucessos como "Prece" e "Súplica". Também fez parceria com Vinicius de Moraes em "Sempre a Esperar".

Nove anos depois de se mudar para o Rio, partiu para os Estados Unidos, para apresentar-se com a orquestra de Romeu Silva na Exposição Internacional de Mundial de Nova Iorque. No ano seguinte, retornou e radicou-se no Estado norte-americano da Califórnia, onde viveu durante oito anos. Lá, gravou músicas do filme "Uma Noite no Rio", com Carmen Miranda, e a partir de então, tornou-se pianista da cantora luso-brasileira e do Bando da Lua.

A pedido da Universal Pictures, compôs "Ioiô" - que acabou virando tema de outro filme.
A convite de Walt Disney, musicou em 1943 o desenho animado "Saludos, Amigos", que apresentava o papagaio Zé Carioca como símbolo do Brasil. Em 1949, rodou a Europa e as Américas dirigindo a orquestra da Companhia de Bailados de Katherine Dunham. 

Vadico voltou ao Brasil em 1956, quando começou a trabalhar como diretor musical da TV Rio. Em 1962, enquanto preparava-se para um ensaio com uma orquestra no Estúdio da Columbia, sofreu uma ataque cardíaco e faleceu a  caminho do hospital.

Entre as várias composições de Vadico, encontramos o "Choro em Fá Menor", que foi tirado do ineditismo no LP tributo "Evocação III - Vadico", lançado pela gravadora Eldorado em 1979. A interpretação solo ficou a cargo de Amilton Godoy, que por quase 50 anos foi o pianista do Zimbo Trio.

Apreciem este Choro do Vadico, celebrando seus 110 anos.