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26 de abril de 2021

O grande violonista Mozart Secundino de Oliveira é um dos personagens do "Memórias do Choro", tema de hoje do "Seminários do Choro - Patrimônio Cultural do Brasil".


Acontece hoje (26) mais um seminário da série "Choro: Patrimônio Cultural do Brasil". O evento on-line terá início às 19 horas com o tema "Memórias do Choro II". Entre os convidados desta noite está o violonista mineiro, Humberto Junqueira que fará uma abordagem histórica tendo como personagem uma das figuras mais respeitadas e queridas do choro de BH: o violonista 7 cordas, Mozart Secundino. Também participam do seminário Elisa Goritzki (BA) e Felipe Siles (SP) que destacam, a vida obra de Manezinho da Flauta e Esmeraldino Salles, respectivamente.

Quem abre o evento é a flautista Elisa Goritzki que tará o tema: "Manezinho da Flauta - uma contribuição para o estudo da Flauta brasileira".

Manezinho da Flauta 
Foto: reprodução
O carioca Manezinho da Flauta, como ficou conhecido Manuel Gomes, nasceu em 12 de abril de 1924. Começou a tocar flauta aos 5 anos, instruído pelo pai que, sendo também flautista, muito o incentivou para o caminho da música. Pelas suas mãos, foi levado algumas vezes a programas de calouros na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Quando seu avô faleceu, deixou-lhe uma flauta francesa Djalma Julliot, com a qual tocou até seus últimos dias. 
Ele cursou a Escola Quinze de Novembro e diplomou-se no Conservatório Musical do Rio de Janeiro em 1952.  Manezinho iniciou sua carreira profissional antes dos 15 anos, na Rádio Guanabara e atuou também na na Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. No início dos anos 1960, fez excursão à Europa com o compositor Humberto Teixeira, numa de suas caravanas, divulgando a música brasileira em vários países europeus como Bélgica, França e Inglaterra. Entre os anos de 1963 e 1964, atuou no Restaurante Zicartola. Em 1967, gravou seu primeiro LP solo, "O melhor dos chorinhos", pela CBS e no ano seguinte participou do LP "Gente da antiga", ao lado de Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Baiana, lançado pela Odeon. 
No início dos anos 70 mudou-se para para a capital paulista onde atuou na gafieira Som de Cristal, tocou na boate Jogral e atuou com o regional do bandolinista Evandro, gravando, ao seu lado, o LP "Brasil, flauta, bandolim e violão", em 1974.  Manezinho faleceu em 17 de junho de 1990, no Rio de Janeiro.

Na sequencia, " A trajetória de Esmeraldino Salles e reflexões sobre memória e narrativa no choro" será  abordado por Felipe Siles, que pesquisou a fundo a vida e obra de Esmeraldino para formulação de sua tese de mestrado.
Esmeraldino Salles - Foto: reprodução


Esmeraldino Salles
é um compositor icônico do choro paulista. Viveu entre 1916 e 1979, na cidade de São Paulo, e dedicou boa parte de sua vida à música, principalmente ao trabalho de acompanhar cantores na Rádio Tupi, tocando cavaquinho, violão e contrabaixo.
As composições mais conhecidas de Esmeraldino são Arabiando, Perigoso e Uma noite no Sumaré, a qual falaremos um pouco mais ao decorrer deste texto. Esmeraldino foi gravado por nomes importantes do cenário do choro e da música brasileira, como Yamandu e Dominguinhos, além de ter sido homenageado por verdadeira referências do gênero: Laércio de Freitas, Izaías Bueno de Almeida, Maurício Carrilho, entre outros. É um compositor tido como ousado, que compunha Choros fugindo um pouco das estruturas óbvias e tidas como tradicionais do gênero. 

O terceiro convidado desta noite será o violonista, professor e compositor, Humberto Junqueira. Sua abordagem será de especial interesse para os músicos e apreciadores do choro na capital mineira. Junqueira tratará da temática "Representação e identidade no contexto do Choro em Belo Horizonte: o caso de Mozart Secundino de Oliveira".

Mozart Secundino 
Foto: reprodução
O violonista mineiro, Mozart Secundino de Oliveira nasceu em 21 de fevereiro de 1923, em Bandeirinha, Distrito de Betim – MG e durante a vida fez de tudo um pouco: entregou marmitas, carregou compras no Mercado Central de Belo Horizonte, dirigiu táxi e se dedicou à venda de doces por mais de 20 anos. Ele aprendeu a tocar violão com o professor Bento de Oliveira e nunca mais parou. De início, passou a tocar em bares da capital para complementar o salário, mas tornou-se um dos grandes mestre do violão de seis cordas.
Dedicado ao chorinho, tocou desde a década de 50 com Waldir Azevedo até que se despediu deste amigo e seguiu subindo aos palcos ao lado dos grupos Corta Jaca, Quem são Chora não Mama, Piolho de Cobra e em todas as rodas de Choro do Clube do Choro de Belo Horizonte do qual foi um dos membros fundadores. Mesmo inspirado pelos mestres Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e outros, Mozart sempre se entusiasmou tocando ao lado dos jovens chorões, com quem se apresentava várias vezes por semana.
Sua simplicidade e generosidade eram características marcantes. A composição de Jacob Bandolim, “Simplicidade” era uma das canções favoritas de Mozart e, também, é título do documentário que conta a sua história. O documentário estreou em 2015, no dia em que Mozart completou 92 anos e contou com sua ilustre presença na plateia. O mestre Mozart faleceu em 22 de novembro de 2015 mas permanece como uma das figuras mais respeitadas e queridas do choro de BH.


As transmissões dos seminários "Choro - Patrimônio Cultural do Brasil" acontecem pelo canal do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan no Youtube, e também pela página no Facebook. O evento de hoje contará com a mediação de Guilherme Sperb .

Fontes biográficas: