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28 de julho de 2021

Nova edição do projeto coletivo "Roda Gigante" presta homenagem a músicos que partiram durante a pandemia.

Roda Gigante reunindo músicos mineiros em mais uma edição. Foto: reprodução

O projeto coletivo "Roda Gigante" reúne um grande número de instrumentistas mineiros em vídeos que visam prestar homenagens e celebrar momentos especiais. Na edição que acaba de ser lançada, 72 instrumentistas se reuniram para manifestar sua reverência à memória de colegas que partiram durante este período de pandemia.

Acordeom, Bandolim, Cavaquinho, Clarinete, Contrabaixo, Eufônio, Fagote, Flautas, Pandeiro, Percussão, Piano, Sax, Trombone, Trompete, Vibrafone, Violões de 6 e 7 cordas formaram mais uma grande roda. Na verdade, gigante. Virtualmente concebida e produzida, já que pessoalmente ainda não é possível. A música escolhida para essa edição é de autoria de Alexandre Bacalhau. "O Clarinete do Lu" é uma inspirada composição baseada na memória afetiva do compositor. Originalmente o Choro foi dedicado a Luiz de Souza, mas nessa grande orquestra recebeu tantos acordes saudosos que reverberou o uníssono da admiração por todos que partiram, incluindo os queridos Marcelo Batista, Elisa Behrens  e Toninho Trombone. 

Luiz Souza - Foto: Nilson Cota
Luiz Souza, faleceu aos 79 anos de idade em 29 de março de 2021, vitimado pela COVID-19. Era compositor e clarinetista respeitado nas rodas de Choro de BH e muito querido entre seus companheiros de música. Ele teve composições autorais registradas em álbuns como o "Engolindo o Choro" do grupo Off-Sina e participações em várias gravações fonográficas de outros músicos.
Ele pertenceu por vários anos ao quadro de associados do Clube do Choro de BH e sua passagem pela instituição foi marcada pela competência como instrumentista, mas também pela simpatia e camaradagem. No Clube e nas rodas de Choro da cidade, ele deixou grandes amizades e saudade.

Elisa Beherns - Foto: Divulgação
Entre os homenageados está a acordeonista Elisa Behens. Mineira de Januária, ela  passou a infância em Diamantina e ali começou sua história musical. Adolescente mudou-se com a família para BH onde passou a residir e estudar piano. Mas foi o acordeom que lhe tocou o coração e passou a ser seu instrumento principal. Ela  admirava e se inspirava em compositores e instrumentistas como Sivuca, Orlando Silveira, Hermeto Paschoal e Dominguinhos. Nos palcos dos teatros, em bares tradicionais de encontros de compositores e apreciadores da boa música, espaços culturais, festas, bailes e projetos como o “Minas ao Luar”, ela tocava Chorinho, Seresta e MPB. Elisa fez história atuando como integrante ou convidada especial de diversos grupos como “Regional Feitiço da Vila”, “Sarau Brasileiro”, “Sereno da Madrugada”, “Aconchego”, “Regional Arco da Velha”, “Sindicato do Forró”, “Vinicius Tiso e seus violinos” e em inúmeras apresentações do Clube do Choro de Belo Horizonte, do qual também foi membro efetivo. Elisa faleceu em BH, onde foi sepultada no dia 6 de março de 2021.

Marcelo Batista - Foto: Acion BHZ
O trombonista Marcelo Ribeiro Batista faleceu em 24 de janeiro de 2021, aos 74 anos, acometido por uma parada cardiorrespiratória decorrente de um quadro agravado da da COVID-19.
Além de associado ao Clube do Choro de BH foi um dos fundadores do Clube do Choro de Betim. Marcelão do Trombone, como era conhecido, formou-se em Engenharia pela UFMG e exerceu esta profissão ao logo da vida, sem nunca se afastar da esfera musical.
A música estava em seu DNA. Ele era filho de João Careca, fundador da banda de mesmo nome na década de 1960, em Betim (MG). Marcelão "seguiu o baile" e participou de vários eventos e Carnavais em sua cidade, além de ter feito parte da Banda Nossa Senhora do Carmo da qual foi presidente. Sua presença também era marcante nas rodas de Choro e sempre pautada pela extrema alegria. Ele mudava o clima sempre para melhor, "balançava o coreto" e botava a boca no trombone, literalmente.

Toninho do Trombone - Foto: Perfil Facebook
Muito conhecido no meio musical do país, o músico Antônio Cirilo de Souza, carinhosamente chamado de Toninho Trombone, foi mais uma vítima da COVID-19, aos 58 anos. Ele faleceu em 16 de março de 2021. 
Atuando como músico há mais de 30 anos, Toninho já havia trabalhado em bandas famosas como Jota Quest, Omeriah e Berimbrown, além de fazer trabalhos com outros famosos pelo Brasil. Sua partida foi lamentada por inúmeros colegas de profissão e admiradores que manifestaram muito pesar pela perda do amigo e músico extremamente comprometido com o trabalho e com a família.


O lançamento do vídeo "Roda Gigante - O Clarinete do Lu" acorreu na segunda feira (26), pelas redes sociais. Os instrumentista assinam a apresentação: "Nós chorões sorrimos muito! Sorrimos porque a música nos alegra e contagia quem nos ouve! Mas nestes últimos meses nós choramos, literalmente, pela morte de chorões queridos que partiram, muitos em decorrência da pandemia que estamos vivendo. Resolvemos transformar essa tristeza em homenagem e brindar amigos e familiares com essa música, composta por Alexandre Bacalhau, inspirada pela memória afetuosa do clarinetista Luiz de Souza, e tocada com emoção e respeito pela nossa Roda Gigante de BH! Que nossa homenagem chegue a todos aqueles que perderam entes queridos e atinja, onde quer que estejam, nossos mestres que já não podem mais tocar ao nosso lado: Luiz de Souza, Elisa Behrens, Marcelão e Toninho Trombone."

Assista ao vídeo e junte suas vibrações a essa homenagem:


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