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15 de junho de 2021

"O Charme do Violão Mineiro" destaca a vida e obra de Arthur Bosmans e sua importância na cena cultural de Belo Horizonte.

Arthur Bosmans foto: Jaak Bosmans

O convidado para a sexta entrevista do ciclo “O Charme do Violão Mineiro”, que acontece hoje (15/06) é o publicitário e poeta Jaak Bosmans que abordará a obra para violão de seu pai, Arthur Bosmans (1908-1991). Realizado de forma remota, o clico de entrevistas ocorre sempre às terças-feiras, às 20h30, com transmissão pelo YouTube e Facebook do idealizador e apresentador do projeto, o violonista, professor e produtor cultural Celso Faria.

Arthur Bosmans nasceu em Bruxelas, na Bélgica, em 1908. Escreveu suas primeiras obras aos doze anos e sempre se classificou como um compositor autodidata. 
Em 1925, Bosmans ingressou na Marinha Belga, onde permaneceu por cinco anos. Foi agraciado com o "Prêmio César Frank", de composição musical em 1933 e, a partir de então, passou a ser reconhecido em seu país. Arthur Bosmans foi grande admirador da música de George Gershwin, Béla Bartók e Maurice Ravel. Chegou ao Brasil em 1941 e fixou-se no Rio de Janero, onde trabalhou como regente, compositor e professor. 

A convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, Bosmans radicou-se na capital mineira em 1944, com a incumbência de reorganizar a Orquestra Sinfônica de Belo Horizonte. Exerceu um papel de grande importância na cena cultural da cidade, tanto pelo trabalho de ascensão da orquestra, quanto pela qualidade e diversidade dos programas oferecidos ao público. 

Em 1965, Arthur Bosmans começou a lecionar Composição, Regência e Música de Câmara na Escola de Música da UFMG, atividades que desempenhou até sua aposentadoria, em 1980. Dono de uma forte personalidade musical, marcada, dentre outras, pela conjugação do lirismo e da ironia, Bosmans foi reconhecido como um grande compositor no Brasil e na Europa. 

Sua obra para violão consiste na suíte "Brasileiras" (série em cinco movimentos: "Ponteio", "Modinha", "Batucada", "Toada" e "Sorongo"), finalizada em 1973 e na "Valsa da outra esquina" (dedicada ao célebre compositor paulistano Francisco Mignone), escrita em 1988. Utilizando de sua grande capacidade criativa, Bosmans compôs um destacado conjunto de obras para o violão, conjugando uma linha melódica deslavadamente nacional à uma rica exploração harmônica, mesmo sem ser executante do instrumento.

Para nossa audição de hoje trouxemos a obra desse grande compositor. Composta em 1988 e dedicada a Francisco Mignone, a "Valsa da outra esquina" foi a última obra de Arthur Bosmans para o violão. Celso Faria apresenta aqui a primeira gravação mundial dessa composição, realizada pelo violonista, para o cd "100 anos de Arthur Bosmans". Apreciem.