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19 de setembro de 2013

Museu de Artes e Ofício apresenta: "Oficio da Palavra" com o historiador, cantor e compositor Nei Lopes.

Além da literatura, cultura negra e música são temas da 60ª edição do Ofício da Palavra, projeto que traz a Belo Horizonte o historiador, cantor e compositor Nei Lopes, como parte da programação da semana da Primavera de Museus. Aos 71 anos, o escritor, nascido no Irajá, subúrbio carioca, é um dos maiores estudiosos da cultura afro-brasileira no país, referência em publicações voltadas para a consciência negra. Sua carreira de compositor também merece destaque: o samba, além de ser assunto nas pesquisas de Nei Lopes, conta com sua contribuição na autoria de mais de 600 músicas.
Nei Lopes já publicou cerca de 30 livros, que lhe renderam o reconhecimento da crítica especializada, assim como títulos concedidos por diversas instituições. Em 2006, foi um dos selecionados na matéria 100 brasileiros genias, do jornal O Globo. No ano anterior, recebeu do Governo Nacional a Ordem do Mérito Cultural como comendador. A Universidade Federal Rural do Rio, uma das mais antigas do país, conferiu a ele o título de doutor honoris causa em 2012. 

No Ofício da Palavra, o escritor aborda a história da cultura afrodescendente e suas contribuições para o Brasil em vários aspectos, como as influências na língua e na música, além de discutir questões como o lugar do negro na literatura, na arte brasileira, e o preconceito. O encontro com Nei Lopes é no dia 24 de setembro, terça-feira, às 19h30 no Museu de Artes e Ofícios. A entrada é franca.


Nei Lopes

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ), Nei Lopes exerceu a profissão até 1972, quando começou a se dedicar à música, área que enxerga não só como arte, mas como possibilidade de ação política. 
O convidado do Ofício da Palavra estreou sua carreira literária em 1981. Desde então escreve ensaios, romances históricos, além de contos e, ainda, poemas. Por seu trabalho como contista e romancista, o escritor Alberto Mussa afirmou que Nei Lopes "talvez seja o único herdeiro autêntico do engenho literário de Lima Barreto, pelo talento, pela originalidade, pela identificação profunda que tem com o seu assunto, pelos ideais humanos que o norteiam". Esse comentário está no texto de apresentação do livro de Nei Lopes intitulado Mandingas da mulata velha na cidade nova (Língua Geral, 2009). 
Dicionário Banto do Brasil, de 1999, é um dos frutos das pesquisas etimológicas de Nei Lopes. O livro, que reúne termos trazidos da África para o Brasil e seus significados, vai muito além desse caráter didático. O próprio autor descreveu a proposta da obra em entrevista para o Estadão no ano passado: "a ideia foi também política, de mostrar como as línguas africanas, objeto do estudo, ainda estão presentes no nosso cotidiano. E, aí, entra a questão da autoestima; de dar ao meu povo mais esse motivo de orgulho". 
O livro ganhou uma edição reestruturada no ano passado, período em que saíram mais dois trabalhos de Nei Lopes: Dicionário da hinterlândia carioca, com narrativas e o vocabulário do subúrbio do Rio, e A lua triste descamba, romance ambientado também na periferia carioca, com histórias do samba entre as décadas de 1920 e 1940. Os lançamentos são da Pallas Editora, empresa voltada para as publicações sobre a cultura afro-brasileira.
Como conferencista, Nei Lopes já apresentou, na Academia Brasileira de Letras, o trabalho O negro na literatura brasileira: autor e personagem, estudo que deu origem a um artigo publicado na revista da ABL em 2011. Participou de diversos eventos literários, discutindo as relações entre a África e o Brasil. 
Na música, já trabalhou com compositores Guinga, Zé Renato, Fátima Guedes e Moacyr Luz. Como intérprete das suas próprias canções, ele gravou vários discos solo e também tem registros com outros artistas. Seu álbum De Letra e Música conta com participações como a de Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Alcione e Wilson Moreira, seu parceiro em vários trabalhos. Zeca Pagodinho também canta com ele uma faixa, em que se declara fã de Nei Lopes. 
Nei também foi responsável pela composição de sambas-enredo para a escola Acadêmicos do Salgueiro e dirigiu a escola de samba Vila Isabel. O convidado do Ofício da Palavra já escreveu e apresentou programas de televisão, além de atuar em peças de teatro voltadas para a cultura negra.

SERVIÇO:
Ofício da Palavra com Nei Lopes
Local: Museu de Artes e Ofícios - Praça da Estação
Data: 24 de setembro, terça-feira, 19h30 
Entrada franca 
Informações: (31) 3225-1888